A IDEO é uma empresa de design premiada e amplamente admirada, localizada em Palo Alto, California. Para o seu fundador, David M. Kelley, e seus funcionários, trabalhar é como brincar, “brainstorm” é uma ciência e a regra mais importante é “quebrar regras”.
Desde a sua fundação em 1978, no Departamento de Design de Stanford, a empresa cresceu de 2 para mais de 300 funcionários.
A IDEO desenvolveu projetos como o mouse da Apple, a câmera instantânea I-Zone da Polaroid, o Palm, o tubo da pasta de dentes Crest e uma centena de produtos e serviços de ponta.
O The Wall Street Journal apelidou a empresa de “playground de imaginação” e a revista Fortune escreveu uma matéria sobre a sua visita à IDEO com o título “A day at Innovation U”.
O programa de televisão ABC Nightline, do dia 9 de fevereiro de 1999, propôs um desafio para a empresa: que a IDEO fizesse, em 5 dias, uma nova proposta para o design de um carrinho de supermercado. O programa da ABC classificou esse desafio como “The Deep Dive” (mergulho profundo). É possível conferir o resultado no vídeo abaixo.
No último dia 3 de maio de 2014, a Exame publicou a matéria “Quer inovar? Vá para a rua“, com uma entrevista do fundador da IDEO, que defende: para criar, é preciso sair do escritório e tolerar os erros!
Abaixo, são reproduzidos alguns trechos dessa entrevista concedida à Exame (alô exame, eu realmente “chupei” o texto, mas estou dando o crédito de vocês, ok?) 😉
EXAME – O senhor já ensinou criatividade a milhares de profissionais. É algo que qualquer um pode aprender?
Criatividade não se ensina, se desperta. Quando fundei a D.School, muitos achavam impossível tornar alguém criativo. A verdade é que todos podem. Com o tempo, e às vezes por culpa das empresas, as pessoas desistem de correr riscos. No entanto, é possível recuperar essa confiança.
EXAME – Como funciona a mente de uma pessoa criativa?
Ela não tem medo de tentar. Pessoas criativas arriscam. Mas o processo tem muito mais ciência do que pode parecer. Todas as pessoas criativas são sistemáticas na forma de pensar, embora quase nunca se deem conta disso.
EXAME – E como replicar essa lógica?
É o que fazemos no design thinking, metodologia que prevê que se façam muitos testes e que alguns deles deem errado. O método começa com um mergulho no desafio em questão, seja criar novos produtos, seja melhorar os antigos. Para isso, levamos a campo um time formado por profissionais de distintas áreas.
Eles têm de observar como os consumidores interagem com os produtos. É ali que se torna mais fácil perceber as necessidades dessas pessoas. Também ouvimos muitos especialistas nessa fase. Em seguida, vamos a uma sala onde todos podem sugerir ideias. E valem as mais malucas: o que importa é deixar a mente fluir sem medo.
Depois de chegar a uma definição, que envolve questões financeiras, de tempo e de recursos, criamos um protótipo do que acreditamos ser a melhor ideia. Essa é a fase em que o time sentirá como a proposta funciona. Pronto, a criatividade foi despertada; e uma solução, encontrada.
EXAME – Tolerar o erro significa estar disposto a perder dinheiro?
É o contrário. A mediocridade é o preço mais caro que uma empresa pode pagar. Com inovação, a empresa traz novas perspectivas, novas formas de ganhar dinheiro. É o oxigênio para as corporações.
EXAME – Se isso faz tanto sentido, por que esse tipo de comportamento ainda parece ser exceção?
As empresas vivem dentro da caverna do mito de Platão. Os executivos passam horas em frente a um computador e falam com as mesmas pessoas. Eles só veem sombras, não a realidade. Em vez de ir a mais uma reunião, deveriam estar na rua com quem usa o produto ou serviço que oferecem.
É no campo que as grandes ideias surgem. As empresas costumam ter uma grande ideia e depois vão procurar entender como as pessoas lidaram com ela. Quando começamos um projeto pelo lado humano, não precisamos estudar se as pessoas vão querer aquilo, porque tudo já partiu do desejo de quem usará.
EXAME – Quais são os exemplos de empresas que fugiram dessa armadilha?
A multinacional americana 3M é um exemplo. Lá, 15% do tempo das pessoas deve ser dedicado a tentar algo novo — que pode dar certo ou não. Na empresa de tecnologia Google, essa taxa sobe para 20%. O Google adotou, desde sua fundação, a cultura de experimentar.
Eles sabem que é preciso ter muitas ideias para chegar a uma muito boa. Por isso que há muitas coisas interessantes acontecendo por lá o tempo todo.
EXAME – Como criar uma cultura de inovação entre todos os funcionários?
As mudanças levam muito tempo. É preciso iniciar de forma pequena, por exemplo, criando uma área de inovação. À medida que essa equipe começa a mostrar resultados, os demais despertam para fazer a mesma coisa. As pessoas podem não entender o processo criativo, mas elas sabem muito bem o que é sucesso e vão querer embarcar nele.
Quer saber como a IDEO é capaz de criar tanta inovação? Então clique no post como funciona o processo de criação de produtos da IDEO e descubra por sua própria conta e risco! 😉
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